Exposição do Lotus 97T de Ayrton Senna emociona fãs no Estoril
Não é Dia das Mães, é Páscoa, mas a brasileira Maria Cristina Beber já recebeu o presente do filho: conhecer o icônico Lotus 97T de Ayrton Senna. Ao vir visitar o filho em Lisboa não imaginava que ele o esperaria com essa surpresa. "O Senna foi o melhor, eu chorei tanto quando ele morreu, sempre serei fã, estou muito emocionada", disse em lágrimas ao DN Brasil.
Maria foi uma das mais de 5.000 pessoas que estiveram na exposição do carro no circuito do Estoril neste domingo (20). O evento é em comemoração aos 40 anos da primeira vitória do piloto brasileiro, considerado por muitos o melhor automobilista de toda a história.
O tempo fechado e ventoso não afastou os fãs de chegar perto do veículo, tirar fotos, selfies e vídeos. O sotaque brasileiro predominava, mas muitos do fãs eram portugueses, que também consideram Senna um grande ídolo.
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É o caso do jovem Gonçalo Inácio, de 19 anos, estava com uma bandeira com a foto do piloto nas costas. O gosto pelo esporte veio do pai, Paulo Inácio, hoje com 53 anos, que recorda de assistir as corridas de Ayrton pela televisão. "Não teve nunca nenhum melhor que Senna", destaca o fã, que veio de Leira para participar do evento.
Como muitas pessoas, Paulo deixou de assistir as corridas após a morte de Senna, em 1994. No entanto, o filho o convenceu a retomar o gosto pelo automobilismo. Hoje, assistem juntos as corridas. Para pai e filho, Lewis Hamilton é o melhor piloto do grid. "O Hamilton conduz de um jeito muito parecido com o Senna, também diz que se inspira nele", ressalta Paulo.
Talvez um dos maiores fãs que esteve no Estoril hoje é português: João Soares, 46 anos, que se define como um "senista", isto é, uma pessoa que estuda a história do esportista, devorando todos os materiais que encontra sobre o ídolo. "São muitas histórias aqui, de ele jogava a bola, era uma figura muito querida por todos", conta. O português faz parte de um fã clube brasileiro em homenagem ao piloto, responsável também por muitas amizades que cultiva.
João levou um capacete de imitação, nas cores clássicas verde e amarela, que fez sucesso entre os presentes. Este é apenas um dos vários objetos que coleciona por amor ao piloto. "Eu acho ele não iria parar de correr tão cedo, mas também acho que hoje seria o presidente do Brasil", disse João.
Ser fã do piloto brasileiro é algo que ultrapassa nacionalidades e também idades. O pernambucano Maxwell Neves tenta passar o gosto pelo esporte para as filhas. Ao lado da esposa, Natasha Veiga, o domingo de Páscoa em família foi para ver o carro do piloto, vestidos com a camisa do Brasil e as bandeiras que representam a vida da família hoje: de Pernambuco, do Brasil e de Portugal - país onde vivem há dois anos.
A exposição do carro continua nesta segunda-feira (21), das 14h às 18. Inicialmente, o sobrinho do piloto, Bruna Senna, levaria o veículo para a pista. No entanto, uma avaria no motor fez com que a repetição das voltas dadas há 40 anos fosse cancelada. No entanto, a Lotus garante que vai organizar outro evento no futuro para que os fãs possam ouvir o barulho do motor nas curvas do autódromo novamente.
amanda.lima@dn.pt