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Leia o prefácio do livro "Volta para tua terra: Não há abril sem imigrantes"
Livro está à venda no site da editora Urutau. Foto: Divulgação

Leia o prefácio do livro "Volta para tua terra: Não há abril sem imigrantes"

Livro traz a reflexão da necessidade de celebrar um 25 de Abril a partir da importância dos imigrantes na construção e na sustentação da democracia portuguesa.

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por DN Brasil

O volume 3 da antologia Volta pra tua Terra: Não há Abril sem imigrantes será lançado neste mês. A obra é organizada por Wladimir Vaz Mourão e pela escritora brasileira Manuella Bezerra de Melo, que mora em Portugal. A edição é comemorativa pelos 50 anos do 25 de Abril. A publicação é pela editora Urutau, que será havia publicado os volumes anteriores. São 43 textos nos gêneros poesia, prosa ou ensaio de autores do Brasil, Portugal e outros países.

A primeira apresentação será terça-feira (3), na Feira do Livro do Porto. O Volta pra tua Terra: Não há Abril sem imigrantes também terá um lançamento no festival Festival Literário Internacional de Óbidos (FOLIO) no dia 18 de outubro. Uma data será marcada ainda em Lisboa. O livro estará à venda nas livrarias independentes e pelo site da Urutau.

Leia o prefácio:

Em 2021, no prefácio publicado no primeiro volume desta que, organicamente, tornou-se uma coleção de antologias, escrevi com o coração aquilo que sentia enquanto uma pessoa imigrada em Portugal. Usei como metáfora dessa experiência um labirinto, um labirinto de concreto cujo céu não se vê. Mas este projeto se inicia um pouco antes.

O ano era 2020, um ano peculiar Estávamos confinados em nossas casas, comunicávamo-nos pelas telas dos ecrãs, as notícias do mundo inteiro eram de morte, o cenário era apocalíptico. A maior pandemia sanitária da história da humanidade, o Covid 19, fez-nos parar, e distanciou ainda mais a todos, tornou tudo virtual, o trabalho virtual, a educação virtual, a amizade virtual, a morte virtual. Assistíamos em direto a morrerem nossos entes, enterrados sem que pudéssemos sequer vê-los pela última vez; pela televisão e pela internet víamos as valas comuns onde eram arremessados milhares de corpos que sequer tinham direito a uma campa.

Além disso, naquela altura, era Donald Trump o presidente dos Estados Unidos. O bilionário norte-americano assumiu o cargo em 2017 apelando à agenda conservadora de extrema-direita, protonacionalista e supremacista branca. O chulismo do estilo trumpista era sedutor. E assumiu seu brutalismo na linguagem e na expressão corporal, ressuscitando códigos primitivos da masculinidade viril que tinham sido substituídos pela imagem do liberal comedido e diplomático com Barack Obama, isso em um país adicto por enviar seus jovens para as guerras que inventa para sustentar a sua indústria de armamentos, a maior do planeta, responsável por 40% do mercado global desse setor.

Sua vitória inaugura uma nova fase na geopolítica, que derruba do cavalo toda a performance de cordialidade liberal, quase hípica, e escancara o fascismo como ele é, a verdadeira face monstruosa, a assombrosa carta na manga do modo de produção capitalista; algo que estava adocicado desde… Vocês sabem desde quando. A sua campanha segue a cartilha: criar inimigos, ressuscitar fantasmas e oferecer soluções fáceis para problemas difíceis. E, nessa cartilha, era o imigrante o inimigo.

Trump prometeu construir um muro na fronteira com o México, deportar pessoas imigradas que não tivessem documentos, chamou de bebês-âncora os sujeitos norte-americanos que obtinham cidadania por direito de nascença, porém tinham pais imigrantes, acusou-os de “invasores” e equivaleu-os a gangues criminosas. Eleito, apertou todas as medidas de imigração de forma drástica, enviou seis mil soldados para a fronteira com o México, mudou as regras de encargo público para dificultar os pedidos de residência e de admissão de refugiados, e todos lembramos bem as imagens de crianças separadas de seus pais e metidas em jaulas.

E foi assim que a nação que se gaba de ser a maior democracia do mundo, mas que se sente gerente global, e pensa ter direito de meter-se nas soberanias de todos os povos, principalmente os do sul global, reabriu as portas do inferno. De um jeito tão fácil que nos dá a impressão de que deixaram propositalmente aberto o cadeado. Deste buraco temos visto, desde então, saltar uma fera após outra. Entre as primeiras, surfando nessa onda — e com a ajudinha dos EUA, que, já sabemos, teve influência direta no golpe de 2016 contra Dilma Roussef —, Jair Bolsonaro é eleito no Brasil. E, em Portugal, a voz de André Ventura, um vereador de Loures sem nenhuma relevância política, começa a se propagar nas ruas com reproduções das frases de efeito desse novo extremismo de direita, que iniciou com ataques diretos à comunidade cigana portuguesa e ampliou-se a toda a comunidade imigrante.

Sentíamos nós, as pessoas imigradas, pessoas ciganas ou racializadas, a hostilidade crescer com a nossa presença. Víamos o médico, o senhor do mercadinho, a funcionária da escola, a senhora do serviço público repetirem os absurdos fascistas apregoados por Ventura, legitimados pela comunicação social e disseminados boca a boca pelos muitos grupos de extrema-direita. O desdobramento é similar ao que ocorreu no Brasil, quando Bolsonaro tornou-se o porta-voz dos recalcados da ditadura militar após louvar na Câmara dos Deputados o mais conhecido torturador dos porões do regime.

Com a diferença de que, enquanto no Brasil o fascismo assimila sua forma colonizada, entreguista e vira-lata, em Portugal o mesmo fascismo também irá se inspirar na sua forma colonial, mas através da louvação do seu passado, que consideram ser de glória colonial. É por esse recalque dos derrotados no 25 de abril que Ventura irá buscar sua base política, histérica, barulhenta e violenta, agarrada aos símbolos nacionais como uma criança abraça seu ursinho antes de dormir, apavorada no quarto escuro quando não o encontra. O resultado foi a eleição do seu primeiro mandato na Assembleia da República e a fundação do CHEGA, em 2019.

O ano de 2020 era, portanto, um ano que parecia distópico. O mundo desabava bem na nossa cabeça enquanto sequer podíamos sair de casa, e então veio a ideia da convocatória para um livro de poemas, uma antologia que se chamaria Volta para tua terra. Era preciso nos reconhecermos uns aos outros, sabermos nossos nomes, partilhar esta angústia coletiva, esse aperto no peito gigante que tinha a comunidade imigrada em Portugal. Nessa fase não fazíamos a mais vaga ideia do que iria acontecer, só fizemos e fim. Percebemos que a convocatória estava sendo muito partilhada. Recebemos muitos textos, de pessoas de muitos países diferentes, realizamos a curadoria com tanto afeto, divulgamos os escolhidos. Pouco a pouco, íamos lembrando os nomes, o país de origem, relacionando ao texto escrito, o nome ao rosto, à poética.

Escrevi o primeiro prefácio, o sufoco só me levava ao labirinto, as feridas coloniais abertas não deixavam ninguém respirar, era um colapso em um corpo coletivo. O livro ficou pronto, e me lembro de vibrar na primeira vez em que Wlad (Wladimir Vaz) me mostrou a capa com o Volta assim, cortado. Era uma recusa. Nós estávamos recusando o sufoco, a claustrofobia. Mas a noção real, penso que para todos, do que este projeto significava veio no dia do primeiro lançamento presencial. Era maio de 2021, o tempo estava lindo, e o governo anunciou que poderíamos sair de casa pela primeira vez, com regras de distanciamento e máscaras. Organizamos o primeiro evento no Porto, como deu. Uma imigrante coordenava a área de eventos de um hotel no Porto, fizemos lá mesmo, em um antigo casarão que pertencia ao hotel.

Ninguém nunca vai ser capaz de explicar a catarse desse dia. Tivemos que realizar duas sessões seguidas, pois jamais imaginaríamos a quantidade de gente que apareceria para assistir. A fila contornava o quarteirão, e foram quase 150 pessoas, que dividimos por motivos de sobrelotação na pandemia. Éramos só imigrantes, mas éramos muitos imigrantes, os melhores imigrantes, aqueles que morrem, como toda a gente, mas não engasgados. No sarau, um a um se levantava para a leitura do seu texto. Tínhamos agora os rostos, as lágrimas, os sorrisos, a timidez e a potência de cada um. Queríamos nos abraçar e não podíamos, mas a epifania foi coletiva, tínhamos finalmente encontrado uns aos outros, imigrantes que escrevem: existíamos, só estávamos espalhados.

Para este volume, ainda no desconfinamento, conseguimos — nem sei bem como — organizar uma apresentação em Lisboa, em um espaço chamado Casa do Capitão, que se ofereceu para nos acolher. Ali pudemos conhecer alguns dos rostos que não tinham podido subir ao norte, e tivemos novo dia de belezas. Desde então a Volta para tua terra tem sido uma longa e surpreendente jornada. Interesse, apreciações, admirações, mas também ódios e perseguições fizeram parte da estrutura de sentimento criada pela sua existência.

Mas os poetas do primeiro volume não eram só poetas, alguns eram agitadores culturais, articuladores, que ou já estavam juntos ou decidiram se juntar, organizaram-se, formaram seus núcleos, criaram comunidades e redes. Indicavam-se uns aos outros para trabalhos, infiltravam-se no circuito tradicional literário, incomodavam, metiam o bedelho onde não eram chamados, estavam envolvidos em outros grupos, de ativismos ou de cultura, e assim foi criado uma espécie de sistema paralelo meio invisível — mas que nós podíamos ver —, em que se engajavam na divulgação da antologia e de seus próprios trabalhos como autores.

Não pensávamos que haveria segundo volume. O trabalho foi árduo, mas, à medida que passava o tempo, víamos entornar o caldo. Em 2022 André Ventura havia se transformado em doze, doze deputados fascistas na Assembleia da República Portuguesa. Outra convocatória, outra curadoria, e em 2022 tivemos o segundo volume, dessa vez com texto em prosa; e dessa vez ouvi de autores aprovados que não enviaram na primeira convocatória porque não tiveram coragem, e dava para sentir a alegria de poderem tornarem-se parte. As vozes tinham sido multiplicadas, éramos ainda maiores agora, mais mãos e braços, sozinhos ou articulados, percebendo que era possível fazer, propor, inventar, criar, mesmo em contexto de imigração.

Dessa vez, a mesma capa, antes negra, estava vermelha em um tom de sangue, e, com uma imensa maioria de mulheres entre as autoras, elegemos utilizar o género feminino universal para o título Volta para tua terra: uma antologia de escritoras estrangeiras em Portugal, ainda que nela tenhamos tido também textos escritos por homens. Com o livro em mãos, fizemos a primeira apresentação na Biblioteca Almeida Garret, dentro da programação da Feira do Livro do Porto, e a segunda em Lisboa, em uma atividade absolutamente emocionante no Museu do Aljube — Resistência e Liberdade, que sobrelotou a casa com vozes imigrantes de várias nacionalidades.

Pensar nesse evento é como voltar para casa. Ocupamos um dos mais simbólicos equipamentos públicos de Portugal, que nos tempos da ditadura e do colonialismo português era uma violenta prisão onde foram mortos e torturados muitos lutadores do povo, e que hoje guarda essa memória para que ela jamais seja esquecida, para que ela nunca seja desvirtuada. Era o ponto mais alto. E, mais uma vez, nesse dia saímos de lá juntos para festejar, com a certeza de que a missão havia sido cumprida. Mas a disputa pela produção das subjetividades e do campo simbólico em tempos sombrios importa tanto quanto as disputas pelos territórios materiais, ou pelo poder político, porque nada que é objetivo se concretiza sem dominar também o subjetivo.

Porém a roda do mundo girou mais forte, e outra vez vimos como a solidariedade é seletiva dos momentos de crise. Sair Donald Trump da presidência dos Estados Unidos da América e entrar Joe Biden não impediu em nada a guerra entre Ucrânia e Rússia, que levou o mundo a uma das maiores crise energéticas de sempre, aumentando tanto os preços da energia quanto do gás aos consumidores, o que elevou para281 bilhões (mil milhões) de dólares o lucro das multinascionais BP, Shell, TotalEnergie e Chevron, ExxonMobil (sendo as duas últimas norte-americanas, cujo facturamento chega a 50% do total segundo o cálculo divulgado pela Global Witness este ano). Nem nos poupou de sermosobrigados a assistir a um genocídio normalizado em direto contra o povo palestino. Ao contrário, de lá para cá acumulamos desgraças com nome e apelido: um se chama Javier Milei, na Argentina; a outra, Giorgia Meloni, na Itália, entre tantos.

Agora estamos em 2024. Neste ano comemoram-se 50 anos da Revolução dos Cravos, ocorrida no dia 25 de abril de 1974, que uniu a luta dos povos africanos pela independência à do povo português, que reclamava o direito à liberdade. Assim, derrubaram o Estado Novo e puseram fim ao colonialismo institucional. Mas o colonialismo é um câncer fascista sempre alerta, sempre pronto para se espalhar, que, mesmo extraído o tumor, deixa suas réstias e sequelas, a colonialidade como ideologia, e foi assim que entramos em 2024 entendendo que calar não é uma opção.

O partido fascista português largou os festejos dos 50 anos de abril com 50 deputados eleitos para a Assembleia da República, dois representantes no parlamento europeu, e firmou-se como a terceira maior força política de Portugal. E, como em toda a Europa, fizeram isso tornando ainda mais inimigos os imigrantes, estimulando o ódio e validando a violência coletiva contra as pessoas imigradas, gerando uma onda de terror que pode ser vista em todos os noticiários de Portugal. E a primeira força política, a vencedora, convenhamos, não nos insulta abertamente, mas também não nos ama, considerando inclusive as alterações recentes quanto a manifestação de interesse que dificulta a regularização das pessoas imigradas. Aquilo, portanto, que era uma xenofobia velada a que estávamos acostumados, em forma de invalidação ou ofensa com jeito de piada, tomou uma proporção escabrosa.

Alguns conhecidos nos diziam: “O discurso antiimigrante não pega em Portugal, é impossível, somos um país de migrantes”. É mesmo verdade, em partes. Portugal é não só um país de migrantes, como de migrados. Desde antes de 1500, Portugal esteve ocupando milhares de territórios que hoje são países, estados-nação que ainda enfrentam as consequências do extrativismo, da violência e da segregação. E ainda mais: como pode se afirmar supremacista branco um povo de origem latina, da ponta da Península Ibérica, um território que por um lado lidou com uma ocupação moura e muçulmana por cerca de 800 anos, e cuja genética é mais afetada que a do vira-lata caramelo da praia de Tambaú, na Paraíba?

E como podem ser tão racistas quando a verdade é que são a principal linhagem genética paterna em dezenas de países que invadiram? E como esse mesmo povo é capaz defender uma ideia de pureza linguística, de um português puro, intocável e superior, hierarquizado em relação às outras variantes, quando a própria língua portuguesa não passa de uma variação inventada do Galego, tão inventada quanto menine, que sua neta usa para contra a sua vontade se referir à amiga não-binária? E, principalmente, quando no dicionário mais antigo do Português constam quase 1200 palavras de origem árabe-berbere?

Mesmo assim, o discurso pegou. E, diante de tudo, eis-nos aqui novamente, exaustos, mas implacáveis para fazer aquilo que exige o tempo histórico em que vivemos. Abrimos uma nova convocatória, mais uma vez tivemos um retorno gigante, tardamos na curadoria, mas valeu a pena. Este é o nosso terceiro volume, que batizamos de Volta para tua terra: Não há abril sem imigrantes. Para ele, foram aprovados 43 autores distribuídos nos géneros poesia, prosa e ensaio, escritores naturais de 11 países diferentes. Entretanto, temos muito orgulho em dizer que, ao todo, a Volta para tua terra em seus três volumes alcançou 128 textos publicados de autoria de 105 escritores estrangeiros residentes em Portugal com origem em 15 países: São Tomé e Príncipe, Argentina, Palestina, Cabo Verde, Moçambique, Moldávia, Angola, Chile, Guiné-Bissau, Itália, Brasil, Guadalupe, Colômbia, Espanha e Israel.

Seguimos neste labirinto que é a imigração, as divisões se entrecruzam, tentam nos confundir, sabemos que há um país por trás de todo esse concreto seco; ou encontraremos a saída ou agora, juntos, temos a força necessária para derrubar os muros. O que nós esperamos com isso? Disputar a memória, ocupar o campo simbólico, produzir outras subjetividades, lembrar ao futuro que estávamos aqui, que éramos homens, mulheres, pessoas trans ou não-binárias, gays e lésbicas, bissexuais ou assexuais, negros e negras, árabes e orientais, brancos, pardos ou indígenas, jovens ou velhos; trabalhadores das fábricas, da restauração, das obras, da cultura, das artes, e que estamos nas ruas, nas escolas, nas universidades, nos parques. Queremos alcançar o horizonte, queremos ver Portugal e queremos também que Portugal veja Portugal.

Se estamos hoje imigrados, exilados, refugiados, expatriados do lugar de onde nascemos, buscando sobreviver, ter uma vida melhor, é porque por séculos seguidos a Europa criou fora da Europa problemas que, agora, se recusa a resolver. É porque a Europa continua despejando seu lixo nos países do sul global, onde os trabalhadores fazem o dobro de horas e recebem a metade. É porque, para receber prémios de sustentabilidade, os estados europeus desmatam e destroem rios e florestas fora das suas fronteiras. Foi preciso sair de onde estávamos porque de lá tudo foi roubado, extraído, mutilado. E agora somos nós quem fazemos este país ser um país.

Portugal não existe sem nós. Sem nossa força, ele colapsa; sem nossa contribuição, os idosos morrem à fome; sem nossa criatividade, este país definha deprimido; sem nossa renovação, o mofo cobre as paredes, e os tetos e as traças devoram todos os sonhos. O fado é imigrante, a fábrica é imigrante, a língua portuguesa é imigrante, a andorinha tem asas e é imigrante, o bacalhau é imigrante, cinco milhões de portugueses são imigrantes pelo mundo, eu sou imigrante, e seu ancestral também era, nossas árvores genealógicas são as cabais provas disso. O 25 de abril é imigrante, porque foi em África que ele começou, entretanto, defendemos, ainda faz falta concluí-lo e fortalecê-lo. Para isso é preciso defender radicalmente nosso direito não apenas de existir em Portugal, mas nos devolver o direito ao sonho, de amar e de criar neste país. A literatura é um direito, e somos muitos para ser tudo aquilo que quisermos. Não há abril sem nós!

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