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"Escravatura moderna": ativistas realizam ação de rua contra o fim da manifestação de interesse
Cartazes foram colados nas paradas de ônibus pela cidade. Foto: Divulgação

"Escravatura moderna": ativistas realizam ação de rua contra o fim da manifestação de interesse

O grupo relata à reportagem que, durante a ação, foram abordados por vários imigrantes.

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por DN Brasil

Texto: Amanda Lima

O fim das manifestações de interesse representa uma "escravatura moderna". Este é o lema de uma ação de rua realizada em Lisboa pelo coletivo Left Hand Rotation. O grupo colocou pequenas réplicas de navios negreiros portugueses em pontos estratégicos da cidade, como a fonte da Alameda. Também foram colados cartazes com a mesma mensagem em paradas de ônibus e paredes do Centro de Lisboa.

"Do nosso ponto de vista nenguem é ilegal, e não é por "fazer as pessoas ilegais' que a migração vai parar", diz o coletivo ao DN Brasil. O Left Hand Rotation é formado por cidadãos que atuam de forma anônima. O grupo relata à reportagem que, durante a ação, foram abordados por vários imigrantes.

"As pessoas falaram connosco, sempre migrantes. Rápidamente souberam o que estávamos a denunciar e apoiaram, alguns contavam as dificuldades do seu caso proprio, outros que ficaram sem solução em junho com a nova lei sobre a Manifestação de Interesse e agora tem muitas mais dificuldade, ou ficam no risco de acabar em trabalhos precários", explica o coletivo.

A região escolhida para esta ação foi o Alameda-Martim Moniz, em especial a avenida Almirante Reis que atravessa Arroios. "É a freguesia com maior população imigrante no centro da cidade, que recentemente se recusou a emitir atestados de residência a imigrantes extracomunitários, travando o acesso a direitos fundamentais", explicam em comunicado.

O Left Hand Rotation denuncia que "dezenas de milhares de pessoas serão empurradas para a exclusão social, o trabalho clandestino, a exploração laboral e a negação de direitos" com o fim da manifestação de interesse. Ontem o Governo reafirmou que a extinção do mecanismo não é temporária e que não vai voltar atrás na decisão.

Associações de imigrantes já foram recebidas pelo presidente Marcelo Rebelo de Sousa e tentam uma audiência com o primeiro-ministro Luís Montenegro. Até agora, não tiveram resposta.

amanda.lima@dn.pt

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