Em pré-estreia concorrida em Lisboa, brasileiros celebram sucesso de "Ainda Estou Aqui"
O aclamado longa-metragem Ainda Estou Aqui entra em cartaz em Portugal nesta quinta-feira, 16 de janeiro, em mais de 50 salas de cinema pelo país. O sucesso do filme foi motivo de celebração na noite desta terça-feira, 14, durante a sessão de pré-estreia para convidados em Lisboa. "É um orgulho enorme ver o nosso país tão bem representado" disse ao DN Brasil a consultora imobiliária Amanda Mello.
O saguão da rede UCI Cinemas do centro comercial El Corte Inglés ficou pequeno para a movimentação do público, brasileiros que aguardavam ansiosos pela oportunidade de prestigiar o filme. "A gente estava na espera, no burburinho. Vai chegar quando, quando? E chegou! Venho sempre a antestreias cá, mas acho que essa tem um sabor completamente diferente", disse a digital influencer Ana Luiza Soares ao DN Brasil.
Para a carioca, que vive há quatro anos em Lisboa, a produção é uma oportunidade de reviver a memória do país. "Esse filme traz uma realidade cultural e histórica brasileira. Eu também sou advogada, conheço a história da Eunice, então é incrível", completou.
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Adaptado do livro de mesmo nome, Ainda Estou Aqui conta a história do escritor Marcelo Rubens Paiva e de sua família nos anos de 1970, em plena ditadura militar no Brasil, quando seu pai, Rubens Paiva, vivido por Selton Mello no longa, é levado preso e desaparece. A mãe de Marcelo, Eunice Paiva, interpretada por Fernanda Torres, começa uma luta para manter a família segura e chamar atenção para os crimes cometidos naquele período.
Para a presidente da Casa do Brasil de Lisboa, a história aproxima os dois países. "É um tema bastante caro para o Brasil, mas para Portugal também. Recebemos lá muitas inspirações, com a Revolução dos Cravos, em 1974, o que deu força pra gente fazer a luta pela democracia", disse Ana Paula Costa ao DN Brasil, em referência ao movimento que pôs fim à ditadura portuguesa.
"Mas é, sobretudo, um momento de celebração da cultura brasileira e da língua portuguesa. Ver o Brasil com essa representatividade trouxe orgulho", completou Ana Paula Costa.
Orgulho que esteve estampado nas reações do público. Entre os convidados, o Embaixador do Brasil em Lisboa, Raimundo Carreiro, levou uma comitiva de servidores para prestigiar o filme e destacou o feito de Fernanda Torres ao vencer o Globo de Ouro de melhor atriz pelo papel. "Foi uma grande honra para todos os brasileiros e os portugueses também estão muito orgulhosos. É uma grande alegria estar aqui", disse ao DN Brasil.
Entre os convidados da terrinha, uma xará da protagonista não escondeu a empolgação. A ex-jornalista portuguesa Fernanda Freitas assumiu ser "uma fã" de Fernanda Torres e "da cinematografia brasileira", além de reconhecer a importância do filme. "Sei que é um filme que traz uma mensagem política muito forte, numa altura em que, no Brasil e não só, está a passar por estes processos de pré-ditaduras em muito sítios. Ainda bem que há realizadores, atores e atrizes que se preocupam com estas temáticas para que nunca nos esqueçamos dos períodos que passamos", disse ao DN Brasil.
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caroline.ribeiro@dn.pt