"Socialmente mais ajustado", diz reitor de universidade que equiparou mensalidades de brasileiros

Texto: Nuno Tibiriçá

O ano letivo de 2024/2025 na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), em Vila Real, trouxe uma boa novidade para os estudantes vindos do Brasil e demais países da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP). A UTAD se tornou a primeira instituição do ensino superior em Portugal a igualar o valor o valor das mensalidades (aqui chamadas de propinas) entre os imigrantes provenientes deste países e os portugueses. Em entrevista ao DN Brasil, o reitor Emídio Gomes celebrou a medida.

"No fundo, o que fizemos aqui foi valer o nosso patrimônio comum da língua portuguesa, estabelecendo princípio de abertura da nossa universidade à este bloco tão grande, que vai do Brasil ao Timor. Esta equiparação faz com que um estudante que venha de São Paulo, do Rio, da Bahia ou de Santa Catarina, pague as mesmas propinas que um estudante que venha do Porto, de Lisboa ou de Vila Real", conta. Segundo o reitor, na prática, em alguns casos, isso significou uma redução de quase metade do valor das licenciaturas.

A ideia foi apresentada por Emídio Gomes ao Conselho Geral da UTAD em janeiro deste ano e aprovada por unanimidade, sendo oficialmente aplicada no início deste ano letivo. Desde então, os imigrantes que pretendem estudar naquela instituição passaram a ter, de fato, possibilidade de ingresso com valores muito mais acessíveis.

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O valor das propinas para os cursos de Técnico Superior profissional, por exemplo, se fixaram nos €550 para no ano. Já para Licenciatura (graduação no Brasil), o valor ficou nos €697, mesmo preço dos cursos que tem o Mestrado integrado à Licenciatura - Psicologia e Direito, por exemplo.

O imigrante que integrar à UTAD apenas para o Mestrado, tem agora uma propina anual de €1019. No caso de Doutoramento (o nosso Doutorado), a propina da universidade, situada no norte de Portugal, fica agora na casa dos €1250.

Para efeito de comparação, um curso na Universidade de Lisboa, a maior instituição pública da capital portuguesa, custa atualmente, para um "Estudante Internacional", €3500 por ano. Com esta medida, a UTAD seguramente será uma opção mais considerada pelos próximos brasileiros e demais imigrantes que pensam em estudar em Portugal. Este, aliás, é exatamente o objetivo de Emídio Gomes, que afirma que, além da redução das propinas, a UTAD também disponibiliza de Bolsas da Lusofonia, para imigrantes oriundos da CPLP.

"São bolsas que tem o apoio de empresas, que selecionam estudantes e posteriormente dirigem exatamente ao valor da propina em si", destaca. Junto com as mensalidades equiparadas, ele acredita que as ações são importantes para integração dos imigrantes. "Acreditamos que, assim, tenhamos uma integração cultural maior, através de um valor socialmente mais ajustado para todos estudantes ", destaca. A atribuição oficial das bolsas ocorreu na semana passada. Nesta edição, 11 brasileiros estudantes de licenciatura e mestrado foram beneficiados.

nuno.tibirica@dn.pt

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