Conheça o francês que ajuda brasileiros a desburocratizar abertura de empresas em Portugal

Texto: Caroline Ribeiro

Com a experiência de quem já viveu em 21 países até hoje, o francês Jon Fath fala confiante sobre Portugal. "O clima é bom", diz, rindo, quando questionado sobre dicas para brasileiros que queiram abrir um empreendimento no país.

Brincadeiras à parte, o bom clima português, para Jon, vai além da meteorologia. Cofundador e CEO da Rauva, uma fintech que, através de um aplicativo, facilita a abertura e gestão de empresas em Portugal, o francês encontrou no país um bom ambiente para quem deseja empreender. "Acho que aqui é mais fácil. Sou francês e eu não sei se diria isso em relação ao meu país", conta ao DN Brasil.

A Rauva tem pouco mais de um ano e já abriu cerca de mil empresas, com meta de atingir 10 mil até o final deste ano. "De 15 a 20% dos nossos clientes vêm do Brasil", que são "empreendedores na faixa dos 40 anos", diz o CEO. O número representativo chegou naturalmente, mas fez com que a fintech passasse a ter um foco em quem vem do lado de lá do Atlântico, inclusive no time. Hoje, 20% dos funcionários são brasileiros.

Uma delas é Manuela Allo, que ocupa o cargo de brand manager. A gestora explica que é comum ter dúvidas sobre a burocracia de um país estrangeiro, o que pode dificultar o começo do percurso de um empreendedor. "Tenho um sonho, um objetivo, quero construir uma empresa, mas não sei quais são os primeiros passos. É um momento em que podemos nos sentir um pouco perdidos. É uma das coisas mais importantes saber que há alguém ali para me explicar todos os passos", diz ao DN Brasil.

Tudo em um app

A Rauva é reconhecida como a primeira plataforma portuguesa de gestão financeira integrada para pequenas e médias empresas. É possível não só abrir a empresa pelo aplicativo, mas também emitir faturas já habilitadas no sistema das Finanças de Portugal, gerenciar toda a parte contabilística, fazer pagamentos, e tudo mais relacionado à gestão de um empreendimento. Os clientes recebem acompanhamento dos profissionais em todas as etapas.

O CEO diz que as dificuldades que Portugal tem enfrentado na área das migrações não ficam de fora do acompanhamento aos clientes. "Temos total transparência ao longo de todo o processo. Explicamos toda a situação atual através dos nossos advogados, contadores, especialistas em imigração", explica Jon Fath, que considera que Portugal ainda "está testando o que funciona" com a nova política para as migrações, mas que já tem visto dos órgãos públicos nacionais um "apetite" para atrair empreendedores, o que beneficia brasileiros e quem mais queira apostar no país.

caroline.ribeiro@dn.pt

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