Conheça lugares de Lisboa para visitar e fugir do óbvio

Texto: Nuno Tibiriçá

Torre de Belém, Mosteiro dos Jerônimos, Parque Eduardo VII, passeio por Bairro Alto, Cais do Sodré, Alfama e muito mais. São tantos os roteiros turísticos de Lisboa que muitos brasileiros que se mudam para cá demoram a encontrar outras tantas pérolas da capital portuguesa. Com o apoio da jornalista lisboeta da gema Isabel Laranjo, do Diário de Notícias, o DN Brasil separou alguns pontos turísticos - pero no mucho - em Lisboa para você fugir do óbvio. Confira a primeira parte desta lista.

Jardim do Torel

Se pesquisar apenas por "Lisboa" e dar um zoom no Google Maps, a localização apontada pelo mapa fica no Campo dos Mártires da Pátria. É ali, no coração da cidade, que se encontra o Jardim do Torel, um dos muitos de Lisboa que conta com um mirante (miradouro em Portugal), com vista para os pequenos prédios da capital, as avenidas e o Rio Tejo ao fundo.

Agradável para piqueniques e happy hours no pôr-do-sol, o Jardim do Torel fica numa zona privilegiada, com muito comércio local tradicional, mas também com estabelecimentos mais recentes: cervejarias artesanais, restaurantes de ramen ou churrasco coreano são algumas das opções da região, além, claro, das tascas com boa comida portuguesa.

Vila Berta

A Graça é um dos bairros mais charmosos da cidade. Seja pelas vistas, os estabelecimentos históricos ou a transformação completa na época das festas juninas, a zona proporciona um encontro de culturas entre a tradição portuguesa e os estrangeiros que se mudam para cá. Entre as vilas operárias da região, uma das mais simbólicas é a Vila Berta, onde há o registro do primeiro arraial junino de Lisboa, datado em 1910. Se estiver numas de "tour de vilas operárias", passar pela vila da Estrela d'Ouro a poucos metros de distância da Vila Berta e dar uma passada por estabelecimentos como o Maria Pia e o Estrela do Cardoso, também é uma boa pedida.

Feira da Ladra

Não muito distante da Vila Berta está outro dos principais programas para quem acaba de chegar em Lisboa. A Feira da Ladra, no Campo de Santa Clara é a principal feira de antiguidades e velharias da capital. Embora o uso dos dois termos pareça redundante, são diferentes: . A feira, que é a mais antiga de Lisboa, acontece às terças-feiras e sábados e é um dos melhores programas para um daqueles dias com sol, mas não muito calor - a região tem algumas "pirambeiras" que podem ser custosos com altas temperaturas.

Jardim Botânico da Ajuda

Mudando da zona Oriental para a zona Ocidental da cidade, um passeio pelo bairro da Ajuda pode proporcionar boas surpresas. Além de edifícios históricos como o Palácio da Ajuda ou a Igreja da Memória, a região também conta com o Jardim Botânico da Ajuda, fundado em meados do século XVIII a mando de Marquês de Pombal. Com fontes, labirintos e jacarandás, um passeio pelo jardim pós-almoço na Ajuda - posso dar dicas nas próximas edições da "O que há de bom" - é uma alternativa interessante para fugir do óbvio e aproveitar um ponto turístico muito menos concorrido do que outros da cidade.

Estádio do Restelo

Tour pelo Estádio da Luz ou José Alvalade? Pode ser. Mas apesar de Benfica e Sporting serem os principais clubes de Lisboa, é o Belenenses, clube do bairro vizinho à Ajuda, que joga no campo mais charmoso da cidade. O Estádio do Restelo, em Belém, é o ideal para aqueles que gostam do futebol romântico: quem acompanha um jogo do Belenenses desfruta, não só de um jogo de futebol com atmosfera popular, como também de uma das melhores vistas do Tejo e da Ponte 25 de Abril. Como é difícil ficar sem falar de comida ao lembrar das diferentes regiões da cidade, fica aqui também a dica do Jorge d'Amália, uma tasca de fervorosos torcedores do Belenenses que serve comida da mais tradicional.

Adega da Tia Matilde

Futebol e culinária também se cruzam na Adega da Tia Matilde, em Entrecampos. Restaurante daqueles clássicos, com um grande salão, o restaurante era o favorito de Eusébio, considerado por muitos o maior jogador de futebol português de todos os tempos. Embora não seja dos restaurantes mais baratos de Lisboa, seguramente não ficará muito atrás dos famosos "Tourists Traps" (armadilhas para turistas) da região da Baixa, por exemplo, que servem comida de qualidade extremamente duvidosa.

Uma vez na Adega da Tia Matilde, a dica é pedir um prato para compartilhar com mais uma ou duas pessoas, dentre os quais cozido à portuguesa, arroz de pato ou arroz de cabidela, que são algumas das especialidades.

A colega Isabel Laranjo tem uma lista ainda muito maior de dicas. Essa foi só a primeira parte. Aguardem pela parte 2!

nuno.tibirica@pt