Álefer Weschenfelder, fundador da Wesch Interiores.
Álefer Weschenfelder, fundador da Wesch Interiores.GREGORY BORGES_ATT

Brasileiro aposta no design de interiores de alto padrão em Portugal

Designer Álefer Weschenfelder, da Wesch Interiores, traz fusão entre inovação e sustentabilidade para marcar presença no mercado europeu com móveis exclusivos.
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Bastaram nove meses em Portugal para o designer de interiores brasileiro Álefer Weschenfelder, de 31 anos, deixar sua marca no país. Natural do Mato Grosso do Sul e com passagem pelo Rio de Janeiro antes da mduança para a terrinha, ele chegou à Figueira da Foz quase por acaso, após um golpe imobiliário que o impediu de se estabelecer no Norte do país.

"Foi meio que por destino. Cheguei em Portugal e o imóvel que tinha alugado simplesmente não existia. Aí acabei vindo para a Figueira", conta em entrevista ao DN Brasil Álefer, que hoje comanda a Wesch Interiores e prepara o lançamento de uma coleção exclusiva de móveis de luxo em Portugal, com peças já cobiçadas por clientes em países como Bélgica e Suíça.

Formado em design de interiores e imóveis e com mestrado em criatividade e inovação, Álefer já tinha um histórico de sucesso no Brasil, onde foi um dos vencedores do Design Tank 2023, principal concurso de desing de interiores do país, que impulsionou sua carreira. A empresa, que já atende clientes em Portugal e no exterior, surgiu apenas dois meses após sua chegada, fruto de uma parceria com um empresário local do ramo da construção civil.

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Álefer destaca que seu trabalho vai além do visual, incorporando elementos como neurodesign e sustentabilidade. "Uso materiais ecológicos e penso nas peças para que sejam funcionais e sensoriais, inclusive para pessoas com espectro autista", afirma. A abordagem inovadora tem chamado a atenção, mas ele admite os desafios de ser um estrangeiro no mercado português: "Ainda sinto resistência em algumas pessoas até que vejam que podemos entregar algo diferente", diz o brasileiro.

Apesar das dificuldades burocráticas no processo de formalização do negócio e da desconfiança inicial, o designer enxerga Portugal como uma porta de entrada para a Europa. "Estou encerrando as atividades no Brasil para me dedicar totalmente aqui", revela. Seu objetivo é claro: consolidar a Wesch Interiores não só em território português, mas também nos outros países onde o interesse por seus projetos já começa a surgir.

Linha Contornos

Iniciando a carreira internacional, o brasileiro lançou em maio sua primeira coleção de móveis de luxo, a Contornos, inspirada no Rio de Janeiro, mas com olhar voltado para o mercado europeu. "São peças exclusivas, numeradas, para quem gosta de itens colecionáveis e de alto padrão", explica.

De acordo com o designer, a coleção traz mais do que simples móveis, mas peças que representam um manifesto sensível sobre o poder emocional do design.

"Esta coleção nasceu da vontade de criar móveis que provocam, acolhem e permanecem", explica o designer. Inspirada nas curvas da arquitetura modernista brasileira e no cotidiano afetivo, a linha utiliza couro, madeiras maciças e fibras naturais para criar uma narrativa visual própria.

Nas palavras do criador, as peças como poltronas, aparadores, bancos e mesas "abraçam o espaço com elegância e leveza". Desenvolvidas entre Brasil e Portugal, as peças, de acordo com Álefer, representam um diálogo entre memória e contemporaneidade.

"São contornos que nos guiam pelas lembranças e pela beleza essencial do viver", define o empreendedor apaixonado pelo seu trabalho e que promete inserir a alma brasileira no cenário do design internacional contemporâneo a partir de Portugal.

Para quem pensa em seguir seus passos, Álefer dá a dica: "Se a gente busca algo inovador, tem que ir pelo lado inovador". É com essa mentalidade que o sul-mato-grossense pretende, em breve, transformar a Figueira da Foz em um polo de design de interiores com DNA brasileiro e alcance global.

nuno.tibirica@dn.pt

O DN Brasil é uma seção do Diário de Notícias dedicada à comunidade brasileira que vive ou pretende viver em Portugal. Os textos são escritos em português do Brasil.
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