Brasil no Estoril: Bossa Market tem churrasco, Carnaval e empreendedorismo

Texto: Nuno Tibiriçá

A tarde de frio e chuva não foi capaz de esmorecer o animado público que apareceu em grande número no primeiro dia do Bossa Market, realizado neste sábado (8) no Estoril. Com programação musical desde a abertura do evento, às 11h da manhã, a 5ª edição do Bossa Market - que continua no domingo (9) - contou com a presença de artistas como Allan Massay, Carolina Ramalho e o bloco de Carnaval Sardinha Imperial, além da exposição de dezenas de marcas brasileiras e portuguesas e comidas típicas do Brasil.

Realizado desde 2018 na FIARTIL (Feira de Artesanato do Estoril), o Bossa Market é uma iniciativa da empresária Fabi Barcellos, que criou o festival com o intuito de promover a integração de empreendedores brasileiros em Portugal. Fabi Barcellos conta que a ideia era criar um festival que tivesse o empreendedorismo como principal pilar, mas também aliado a cultura, com o intuito de dar voz aos artistas brasileiros no país.

“Faltava uma vitrine para os empreendedores brasileiros em Portugal, então decidi criar um evento que fosse mais social, onde as pessoas pudessem vir com a família, com atrações dinâmicas e, principalmente, com a música para todos se conectarem. Portanto foi uma ideia de conectar Portugal e Brasil através do Bossa Market, trazendo para cá empreendedores dos dois países e especialmente quem estava chegando aqui. Chegar em um país diferente para abrir um negócio não é fácil”, contou ao DN Brasil a CEO do evento, Fabi Barcellos.

Dentre as marcas presentes no evento, uma longa variedade: marcas de roupa, artesanato, bijuteria, colchões, produtos de beleza e os mais diversos objetos alvos de empreendedorismo por parte dos brasileiros. Como a ideia é justamente a integração entre Brasil e Portugal, marcas portuguesas também se fizeram presentes, como foi o caso da “Madê”, marca de roupas criada por Catarina Bandeira. Ela conta que marca presença no Bossa Market desde a primeira edição, sempre como parte do público. Neste ano, pela primeira vez, foi como expositora. 

“Sou fã do Bossa: é uma boa sinergia entre o mundo do espetáculo e o mundo da moda, algo que não tem em outras feiras. Fora que aqui é o melhor dos dois mundos, atinge o público brasileiro e o português, a integração é ótima e há um entendimento muito grande entre os expositores dos dois países. Todo brasileiro que quiser empreender em Portugal é bem-vindo”, disse Bandeira, que já viveu no Rio de Janeiro.

Na programação cultural, uma das atrações da tarde de sábado foi a performance do cantor Allan Massay. Em Portugal há pouco mais de dois anos, o cantor natural de Brasília se mudou para Lisboa com o intuito de explorar o multiculturalismo da cidade, especialmente na área musical.

“Portugal abrange em si toda uma comunidade de países de língua portuguesa, e essa integração é algo que eu busco desde o início da minha carreira, há dezoito anos. Eu gosto muito de me misturar, a minha banda é com brasileiros, mas estou sempre envolvido com projetos com pessoas de vários países. A próxima música que vou lançar foi feita com um cantor cabo-verdiano, também já lancei músicas em criolo, então busco sempre essa integração com músicos de países africanos, é algo que idealizei desde o início.”, contou Allan Massay.

O público no primeiro dia de festival começou a crescer ainda mais na parte da tarde. Com a trégua da chuva e os shows de Carolina Ramalho, Allan Massay e o bloco de Carnaval Sardinha Imperial, a programação cultural aqueceu o evento, que foi elogiado por Massay.

“É um dos principais festivais de brasilidades em Portugal e fazer parte desta nata de artistas que está se apresentando aqui é uma honra enorme. Sempre admirei o evento, estar aqui como artista me deixa feliz demais. Parabéns a Fabi Barcellos”, disse o cantor.

Se tem brasilidade, tem comida boa. Com barracas especializadas em churrasco, coxinha, doces, esfihas e muito mais, ninguém ficou de barriga vazia no primeiro dia do Bossa Market. Além de elogiar a gastronomia brasileira, Catarina Bandeira exaltou o ânimo do público, mesmo com o tempo instável no Estoril.

“Estou no mercado ideal, não há público como o brasileiro, hoje estava a chover mas não faz mal. O português nessas horas já pensa “que horror, vamos abandonar o barco” e o brasileiro anima sempre, isso é ótimo na cultura brasileira, o otimismo. É muito bom passarem isso para nós, pois pega-se.”, concluiu. 

Se atualmente o Bossa Market tem grande produção, Fabi Barcellos conta que a primeira edição do festival, seis anos atrás, foi muito mais modesta. Sem muita produção, com 60 expositores e um palco simples, o evento acabou por ser um um sucesso de audiência, levando a FIARTIL mais de cinco mil pessoas em dois dias. Agora na quinta edição, o festival já conta com mais de cem expositores brasileiros e portugueses na feira, além de uma programação cultural que cresce a cada ano. No passado, foram mais de 12 mil visitantes.

“Portugal precisava conhecer um pouco mais esse público (empreendedores) e nossa ideia aqui é unir pessoas através do empreendedorismo, da música, da comida também. No fundo queremos mostrar o melhor do Brasil no mesmo espaço”, finalizou Fabi Barcellos. 

O Bossa Market continua no domingo (9), a partir das 11h da manhã. Mais informações podem ser consultadas aqui. Confira fotos do primeiro dia do Bossa Market, no Estoril.

nuno.tibirica@dn.pt