Aluna lança pesquisa sobre a discriminação linguística nas escolas
Investigação feita em parceria com a Casa do Brasil aborda temas como discriminação, dificuldades nas aulas e falta de integração na sociedade portuguesa.
Texto: Nuno Tibiriçá
"Você fala brasileiro e não português" é uma frase que muitos brasileiros que vivem em Portugal já ouviram. Há vários relatos sobre a discriminação do idioma de pais e mães de alunos que estudam nas escolas portuguesas . Agora, uma pesquisa vai investigar esse tema. O título é “Discriminação Linguística na escola portuguesa”, criado por Margarida Ferreira, aluna da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa - FCSH.
O objetivo é recolher depoimentos sobre a experiência de brasileiros que estudam ou estudaram em Portugal - ou pais que morem no país e tenham filhos nessas condições. Desenvolvida em parceria com a Casa do Brasil de Lisboa, a pesquisa intitulada, faz parte do programa de Mestrado em Português como Língua Segunda e Estrangeira.
O questionário é destinado principalmente a pessoas em duas situações: as que tenham estudado em Portugal ou que tenham filhos que estudem no país, seja qual grau de ensino for. As pessoas que não se encaixam em nenhuma das duas categorias, passam por apenas duas etapas do inquérito, no qual são questionadas sobre a experiência em Portugal como um todo, especialmente acerca da integração na sociedade portuguesa e em questões do dia a dia como conseguir casa ou acesso ao mercado de trabalho.
Os que estudaram em instituições de ensino portuguesas passam para a segunda etapa do questionário, na qual o inquérito aborda questões sobre discriminação em tais instituições, ou mesmo a dificuldade de fazer amigos portugueses. A parte do inquérito destinado aos estudantes também conta com questões acerca da dificuldade de compreensão do português - PT, desde a pronúncia até a gramática (estruturas das frases e ortografia).
Por fim, a pesquisa dedica uma parte exclusiva para pais com filhos em instituições de ensino portuguesas. Com algumas perguntas semelhantes à sessão anterior, essa página do questionário traz perguntas acerca de possíveis casos de descriminação nas instituições de ensino infantil, seja por parte de alunos ou docentes.
Embora o inquérito seja anônimo, a investigadora procura estrangeiros que possam testemunhar sobre a experiência no sistema de ensino português e faz o convite para uma entrevista no final das perguntas. O inquérito de Margarida Ferreira pode ser acessado aqui e tem duração de aproximadamente 10 a 15 minutos.
nuno.tibirica@dn.pt
