Agressão no Porto: brasileiros espancados passam por perícia
De acordo com Diego Bove, os dois brasileiros possuem "lesões visíveis" pelo corpo. Em fotos, compartilhadas com o DN Brasil pelo advogado, com autorização da vítima, é possível ver ferimentos nos braços, pernas e peito de Jhon Pereira.
Texto: Caroline Ribeiro
Os dois brasileiros vítimas de agressão na tarde desta terça-feira (24) no Porto formalizaram a ocorrência na delegacia de Cedofeita, esta manhã, e foram encaminhados para exame de corpo de delito.
De acordo com Diego Bove, advogado da Casa Odara, local onde as vítimas trabalham, os dois avançaram com a participação para seguir com a denúncia. "O registro principal do crime ficou como agressão física, mas eles também pediram a inclusão de agressão verbal", explica o advogado ao DN Brasil.
Os brasileiros agredidos são o cabeleireiro Jhon Pereira e a gestora cultural da Casa Odara, Maria Gabriela Carvalho, que estavam trabalhando nas imediações do espaço, fazendo a gravação da performance do artista brasileiro Italo Augusto.
"Dois homens portugueses se aproximaram de John, que estava com a câmera na mão, e um deles alegou estar sendo filmado sem autorização. John se defendeu dizendo que o foco era o artista, mas uma confusão se iniciou e culminou em agressões físicas com socos e pontapés. Gabriela, que também estava no local e foi agredida, gravou boa parte do ocorrido. O vídeo contém a agressão e insultos xenófobos proferidos pelos portugueses, além de ameaças à integridade física", explica o advogado.
O vídeo da agressão, publicado pela Casa Odara no Instagram, mostra insultos cometidos por um dos homens contra os brasileiros. Também é possível ver o momento em que o homem parte para cima de Gabriela. Ao final ouve-se gritos, barulho de socos e correria.
De acordo com Diego Bove, os dois brasileiros possuem "lesões visíveis" pelo corpo. Em fotos, compartilhadas com o DN Brasil pelo advogado, com autorização da vítima, é possível ver ferimentos nos braços, pernas e peito de Jhon Pereira.
O resultado da perícia vai ser encaminhado diretamente para a delegacia. O advogado diz que a polícia "identificou um dos agressores no ato, mas não qualificou ninguém como vítima ou arguido, apenas coletaram dados de todos os envolvidos e orientaram, como é o padrão, ir à delegacia formalizar a denúncia". No momento em que Jhon e Gabriela registravam a ocorrência, o agressor identificado compareceu. "O policial disse que ele deveria voltar em outra hora ou ir à outra delegacia".
Depois de serem liberados dos exames, as vítimas se juntam ao grupo que está organizando uma manifestação para o final desta tarde, em frente à Casa Odara, em protesto contra as agressões e xenofobia.
caroline.ribeiro@dn.pt