Torcedores são condenados por insultos racistas contra Vini Júnior
Três torcedores do Valência foram hoje condenados a oito meses de prisão e dois anos de proibição de entrada em estádios de futebol, por insultos racistas a Vini Júnior, jogador brasileiro do Real Madrid.
Texto: Lusa / DN Brasil
Três torcedores do Valência foram hoje condenados a oito meses de prisão e dois anos de proibição de entrada em estádios de futebol, por insultos racistas a Vini Júnior, jogador brasileiro do Real Madrid.
As partes chegaram a um acordo, com o mesmo a contemplar a condenação por crime contra integridade moral e com agravante de ódio. Faz parte também do acordo o pedido desculpas ao jogador. Isso atenuou a pena em um terço, de 12 para oito meses de prisão, e de três anos de proibição nos estádios para dois, em todos os recintos com organização da Liga e da Federação espanhola de futebol.
A defesa pediu também que a pena seja cumprida em liberdade, pedido que se enquadra no acordo alcançado entre o Ministério Público, a Liga, a Federação, o Real Madrid e Vinicius Júnior. Agora, o juiz precisa aprovar o pedido.
Depois da condenação, a Liga espanhola demonstrou satisfação com o desfecho. "Esta sentença é uma excelente notícia na luta contra o racismo em Espanha, na medida em que repara os danos sofridos por Vinicius Jr. e envia uma mensagem clara às pessoas que se deslocam aos estádios para insultar os jogadores, que a Liga vai detectá-los, denunciá-los e vão existir consequências criminais para quem o fizer", disse o presidente da Liga, Javier Tebas.
O caso aconteceu em 21 de maio de 2023, num jogo entre Valência e Real Madrid, durante o qual o jogador foi insultado, levando a que o encontro fosse interrompido. Vinícius identificou os responsáveis na mesma noite, através das imagens das câmaras de vigilância.
Na ocasião, o brasileiro recebeu forte apoio internacional. O próprio presidente Lula, no pronunciamento que fez naquela noite direto do Japão, em que condenou o caso. "Um gesto de solidariedade ao jogador brasileiro jovem, negro, que joga no Real Madrid, que no jogo no estádio do Valencia foi chamado de macaco. Não é possível que quase no meio do século 21 a gente tenha o preconceito racial ganhando força em vários estádios de futebol na Europa", disse Lula.
Não foi a primeira vez que Vini foi vítima de insultos racistas. Em março deste ano, antes do jogo entre Real Madrid e Inter de Milão, o brasileiro foi chamado de chimpanzé. O crime ficou registrado nas câmeras de vídeo. Novamente, Lula e outras autoridades prestaram solidariedade ao jogador.