Conheça o Copernicus, sistema europeu de satélites que mapeia danos das cheias no Rio Grande do Sul
O mecanismo forneceu uma estimativa inicial aproximada dos danos, a extensão das inundações e o mapeamento emergencial do território.
Lançado em 2014, o sistema Copernicus faz parte do programa de observação da Terra da Agência Espacial Europeia (ESA). Além de fazer o mapeamento territorial da catástrofe gaúcha, os dados dos satélites podem ser utilizados para prever futuras inundações.
Um mês depois das intensas chuvas que devastaram o estado, o Rio Grande do Sul ainda contabiliza prejuízos, procura desaparecidos e tenta ajudar quase 630 mil desabrigados. De acordo com a Defesa Civil, 169 mortes já foram confirmadas.
O governo do estado decretou situação de emergência no dia 2 de maio. Logo em seguida, o Serviço de Gestão de Emergências do programa Copernicus foi ativado. O mecanismo forneceu uma estimativa inicial aproximada dos danos, a extensão das inundações e o mapeamento emergencial do território.
O cenário de destruição nos vales dos rios Guaíba, em Porto Alegre, Taquari, Caí, Pardo, Jacuí, Sinos e Gravataí, além da Lagoa dos Patos, em Pelotas e Rio Grande, pôde ser visto do alto. As imagens do satélite Sentinel-2, que faz parte do sistema Copernicus, impressionam, principalmente, na comparação com registros anteriores feitos pelo equipamento.
Como funciona?
O Copernicus fornece dados praticamente em tempo real em escala global. As informações também podem ser utilizadas para necessidades locais e regionais. O objetivo do programa é “ajudar a compreender melhor o nosso planeta e gerir de forma sustentável o ambiente no qual vivemos”. O sistema trabalha com sete satélites dedicados, da família Sentinel, orbitando a Terra, além de receber contribuições de outros satélites públicos e privados.
Os principais utilizadores dos serviços do Copernicus são políticos e autoridades públicas. A informação serve para elaboração de legislação e políticas ambientais, ajuda na tomada de decisões críticas em cenários de emergência, como uma catástrofe natural ou uma crise humanitária.
No caso do Rio Grande do Sul, a iniciativa coordenada de informações do programa com ações a nível estadual pode ajudar a minimizar impactos de fenômenos naturais futuros.
Quem foi Copérnico?
O programa europeu foi batizado em homenagem a Nicolau Copérnico, astrônomo que, no século XVI, criou a teoria do heliocentrismo: a Terra gira em torno do sol. Foi o responsável por uma grande revolução científica numa altura em que acreditava-se que o planeta vivia parado no universo.
O Copernicus é considerado o programa de observação mais ambicioso do planeta. Os dados do serviço são disponibilizados de maneira gratuita para os usuários. A Agência Espacial Europeia quer, até 2030, colocar 20 satélites adicionais em órbita.